A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros, em 1961. O vice de Jânio era João Goulart, que assumiu a presidência num clima político adverso. O governo de João Goulart (1961-1964) foi marcado pela abertura às organizações sociais. Estudantes, organizações populares e trabalhadores ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras como, por exemplo, os empresários, banqueiros, a Igreja Católica, militares e classe média. Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista. Vale lembrar, que neste período, o mundo vivia o auge da Guerra Fria.
Este estilo populista e de esquerda chegou a gerar até mesmo preocupação nos EUA, que junto com as classes conservadoras brasileiras, temiam um golpe comunista.
Os partidos de oposição acusavam João Goulart de estar planejando um golpe de esquerda e de ser o responsável pela carestia e pelo desabastecimento que o Brasil enfrentava.
No dia 13 de março de 1964, João Goulart realiza uma grande reunião popular no Rio de Janeiro, onde defende as Reformas de Base e promete mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país.
Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores organizam uma manifestação contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo.
O clima de crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. Para evitar uma guerra civil, João Goulart deixa o país refugiando-se no Uruguai. Os militares tomam o poder. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1). Este extingue mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos.
Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores organizam uma manifestação contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo.
O clima de crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. Para evitar uma guerra civil, João Goulart deixa o país refugiando-se no Uruguai. Os militares tomam o poder. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1). Este extingue mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos.
A partir daí, o Brasil vivencia a ditadura militar, governo de generais autoritaristas, que ficam no poder de 1964 a 1985.
Os Estudantes, organizados pela UNE, UBEs e respectivas UEEs, eram, antes de abril de 1964, um dos grupos que mais pressionavam o governo João Goulart no sentido de fazê-lo avançar e, mesmo, radicalizar, na realização das reformas sociais. Por isso, aos olhos dos militares que tomaram o poder, eles eram um dos setores mais identificados com a esquerda, comunista, subversiva e desordeira; uma das formas de desqualificar o movimento estudantil era chamá-lo de baderna, como se seus agentes não passassem de jovens irresponsáveis, e isso se justificava para a intensa perseguição que se estabeleceu.
Logo em novembro de 1964 o governo Castelo Branco fez aprovar uma lei que ficou conhecida como lei "Suplicy de Lacerda", nome do ministro da Educação, que reorganizava as entidades, proibindo-as de desenvolverem atividades políticas.
Os estudantes reagiram negando-se a participar das novas entidades oficiais e realizando manifestações públicas (passeatas), que se tornaram cada vez mais freqüentes e concorridas. Ao mesmo tempo, o movimento estudantil procurou assegurar a existência das suas entidades legítimas, agora na clandestinidade.
Logo em novembro de 1964 o governo Castelo Branco fez aprovar uma lei que ficou conhecida como lei "Suplicy de Lacerda", nome do ministro da Educação, que reorganizava as entidades, proibindo-as de desenvolverem atividades políticas.
Os estudantes reagiram negando-se a participar das novas entidades oficiais e realizando manifestações públicas (passeatas), que se tornaram cada vez mais freqüentes e concorridas. Ao mesmo tempo, o movimento estudantil procurou assegurar a existência das suas entidades legítimas, agora na clandestinidade.
De 1964 a 1968, a luta dos estudantes passou a ser clandestina, ou seja, a UNE fora dissolvida, mas continuava a existir na ilegalidade, assim como vários partidos de esquerda. Havia uma esperança de que a situação política fosse revertida e os militares golpistas voltassem para a caserna. 1968 foi o ano de todos os protestos. Movida pelos movimentos internacionais daquele ano, a resistência à ditadura no Brasil promoveu passeatas e atos públicos de grande repercussão. O movimento estudantil não parava de crescer, e com ele a repressão. No dia 28 de março de 1968 uma manifestação contra a má qualidade do ensino, realizada no restaurante estudantil Calabouço, no Rio de Janeiro, foi violentamente reprimida pela polícia, resultando na morte do estudante Edson Luís Lima Souto.
A reação estudantil foi imediata: no dia seguinte, o enterro do jovem estudante transformou-se em um dos maiores atos públicos contra a repressão; missas de sétimo dia foram celebradas em quase todas as capitais do país, seguidas de passeatas que reuniram milhares de pessoas.
A esperança apagou-se de vez, em 13 de dezembro de 1968, quando o Congresso foi fechado e o Ato Institucional Nº 5 foi divulgado, abolindo qualquer possibilidade de diálogo, numa ditadura que se tornou ainda mais repressiva e sanguinária. Jornais, revistas, livros, peças de teatro, filmes, músicas e outras formas de expressão artística são censuradas. Muitos professores, políticos, músicos, artistas e escritores são investigados, presos, torturados ou exilados do país. (Governo Medici, conhecido como “anos de chumbo”).
As conseqüências do endurecimento do regime militar foram irreversíveis em alguns setores de oposição. Estava declarada a luta armada no Brasil.
A luta armada gerou os famosos guerrilheiros da esquerda radical. Consistiu em jovens idealistas, a maioria com menos de 25 anos de idade, a pegar em armas, a assaltar bancos e supermercados, obtendo através destas ações, fundos para manter os guerrilheiros, todos a viver na clandestinidade, impossibilitados de trabalhar ou de ter direitos cívicos. Ataques a quartéis militares para a obtenção de armas e munições também fizeram parte da luta armada. Mas os movimentos mais complexos desta luta foram os seqüestros a diplomatas de importantes governos que faziam a representação dos seus países no Brasil.
As conseqüências do endurecimento do regime militar foram irreversíveis em alguns setores de oposição. Estava declarada a luta armada no Brasil.
A luta armada gerou os famosos guerrilheiros da esquerda radical. Consistiu em jovens idealistas, a maioria com menos de 25 anos de idade, a pegar em armas, a assaltar bancos e supermercados, obtendo através destas ações, fundos para manter os guerrilheiros, todos a viver na clandestinidade, impossibilitados de trabalhar ou de ter direitos cívicos. Ataques a quartéis militares para a obtenção de armas e munições também fizeram parte da luta armada. Mas os movimentos mais complexos desta luta foram os seqüestros a diplomatas de importantes governos que faziam a representação dos seus países no Brasil.
De 1969 a 1970, quatro grandes seqüestros abalaram a ditadura militar, causando-lhe constrangimento diplomático no cenário internacional e proporcionando uma grande derrota política. O primeiro, realizado em setembro de 1969, foi do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, e o de maior repercussão nacional e internacional (efetivado pela ANL juntamente com o MR-8). Vieram, em 1970, os seqüestros do cônsul japonês Nobuo Okushi, do embaixador alemão Ehrenfried Anton Theodor Ludwig Von Holleben, do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher (dois deles de autoria da VPR e um da ANL). Realizados para chamar a atenção internacional do que acontecia no Brasil, os seqüestros aos diplomatas serviram para a troca dos líderes políticos que estavam presos nos calabouços a sofrer torturas, tendo muitos deles falecido, por não resistir às atrocidades. A logística dos seqüestros mostrou a habilidade ofensiva dos grupos armados, mas foi o golpe de misericórdia sobre as suas cabeças, tendo em vista que forçou o regime militar a intensificar a perseguição e repressão aos que se opunham à ditadura, agindo de forma violenta, matando, torturando e aniquilando de vez qualquer resistência. Logo, os seqüestros representaram o auge da resistência armada e, também, o seu fim definitivo.
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